»»»Teoria Estruturalista- aula prof Lindomar Pinto


Origens da teoria estruturalista

De modo geral, as origens da Teoria Estruturalista foram às seguintes:

· A oposição sugerida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas – incompatíveis entre si – tornou necessária uma posição mais ampla e a mais incompreensiva, que abrangesse os aspectos Relações Humanas (informal), inspirando-se na abordagem de Max Weber, até certo ponto, nos trabalhos de Karl Marx.
· A necessidade de visualizar “a organização côo uma entidade social grande e complexa, onde interagem muitos grupos sociais” que compartilham alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade econômica da organização), mas que podem incompatibilizar com outros (como maneira de distribuir os lucros da organização). Nesse sentido, o diálogo maior da Teoria Estruturalista foi com a Teoria das Relações Humanas.
· A influência do estruturalismo nas ciências sócias e a repercussão destas no estudo das organizações. Nas ciências sociais as idéias de Lévy – Strausss (estruturalismo abstrato: a estrutura é uma construção abstrata de modelos para representar a realidade empírica), de Gurwitch e de Radcliff – Browns (estruturalismo concreto: a estrutura é o conjunto de ralações sociais num dado momento), de Karl Marx (estruturalismo dialético: a estrutura é constituída de partes que, ao longo do desenvolvimento do todo, se desdobrem, se diferenciam e, de uma forma dialética, ganham autonomia umas sobre as outras, mantendo a integração e a totalidade sem fazer soma ou reunião entre si, mas pela reciprocidade instituída entre elas) e de Max Weber (estruturalismo fenomenológico: a estrutura é um conjunto que se constitui, se organiza e se altera, e os seus elementos têm certa função sob certa relação, o que impede os seus elementos tem certa função sob certa relação, o que impede o tipo ideal de retratar fiel e integralmente e diversidade e variação do fenômeno real) trouxeram novas concepções e respeito do estudo das organizações sociais. Os autores estruturalistas, dentro da teoria das organizações, têm variado entre o estruturalismo fenomenológico e o dialético, concentrando-se no estudo das organizações sociais.

A palavra estrutura é de emprego muito antigo, tanto nas ciências físicas quanto nas sociais e em termo amplos significa tudo o que a análise interna de uma totalidade revela, ou seja, elementos, suas inter-relações, disposição. O conceito de estrutura é especialmente importante para a ciência porque pode ser aplicado a coisas diferentes, permitindo a comparação. Nesse sentido podemos afirmar que o estruturalismo é um método analítico comparativo. Além disso, o estruturalismo considera os fenômenos ou elementos com referência a uma totalidade, considerando, pois, o seu valor de posição. Assim, à sua característica comparativa, podemos acrescentar seu aspecto totalizante. Disto se conclui para o estruturalismo é de especial importância o relacionamento das partes na constituição do todo, ou seja, que estruturalismo implica em totalidade e interdependência, já que exclui os conjuntos que interessam ao estruturalista apresentam como característica básica o fato de que o todo é maior do que a simples soma das partes.

A sociedade de organizações

Para os estruturalistas, a sociedade moderna e industrializada é uma sociedade de organizações, das quais o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. Essas organizações são altamente diferenciadas e requerem dos seus participantes, determinadas características de personalidade. Essas características permitem a participação simultânea das pessoas em várias organizações, nas quais os papéis desempenhados variam, podendo até chegar a chegar inversão; os desligamentos bruscos de organizações e de pessoas, de um lado, e os novos relacionamentos correspondentes, de outro, não trazem grandes desgastes emocionais.
O estruturalismo ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais, iniciados pela Teoria das Relações Humanas, para o das interações entre as organizações sociais. D mesma forma como interagem entre si os grupos sociais, também interagem entre si as organizações.
As organizações não são recentes. Existem desde os faraós e os imperadores da antiga China. A igreja elaborou a sua organização ao longo dos séculos, e os exercícios desde a antiguidade desenvolveram formas de organizações. Com o desenvolvimento da humanidade, um número crescente de organizações foi sendo solicitado para atender às crescentes necessidades sociais e humanas. Atualmente, a sociedade moderna tem tantas e tão diversas organizações que se tornam necessidades sociais humanas. Atualmente, a sociedade moderna tem tantas e tão diversas organizações que se torna necessário todo um conjunto de organizações secundarias para organizá-las e controlá-las, como maioria dos órgãos públicos. Para os estruturalistas, a Teoria das Organizações é um campo definido dentro da administração, derivado de varias fontes, especialmente dos trabalhos de Taylor e Fayol, da psicologia e da sociologia, da Escola das Relações Humanas, tendo sido desenvolvido mais intensamente a partir do momento em que incorporou a chamada Sociologia da Burocracia de Max Weber.
Segundo Etzioni, as organizações sofreram um longo e penoso desenvolvimento, através de quatro etapas, a saber:

1. Etapa Natureza: é a etapa inicial, na qual os fatores naturais, ou seja, os elementos da natureza constituíam a base única de subsistência da Humanidade. O papel do capital e do trabalho é irrelevante nesta etapa da história da civilização.
2. Etapa trabalho: a partir da natureza, surge um fator perturbador determinando verdadeira revolução no desenvolvimento da Humanidade o trabalho. Os elementos da natureza passam a ser transformados através do trabalho, que conquista rapidamente o primeiro plano entre os elementos que concorrem para a vida da Humanidade. É o trabalho que passa a condicionar as formas de organização da sociedade.
3. Etapa capital: é a terceira etapa pela qual passou a humanidade. O capital passa a preponderar sobre a natureza e o trabalho, tornando-se um dos fatores básicos da vida social.


4. Etapa organização: o desenvolvimento da Humanidade levou gradativamente as forças naturais, o trabalho e o capital a uma submissão à organização. Sob uma forma rudimentar, a organização já existia desde os primórdios da evolução humana, do mesmo modo que o capital existiria antes da fase capitalista, pois, desde o momento em que surgiram os instrumentos de trabalho, o capital ali estava presente. O desenvolvimento social caracterizado pelo predomínio da organização, que passou a existir independentemente da natureza, do trabalho e do capital, seja utilizando-se deles para atingir os seus fins, seja dispensando-os de certo modo.

Para atingir o mais alto grau de industrialização, a sociedade passou sucessivamente por várias etapas dentro da etapa organização, a saber:

1. O universalismo da Idade média, caracterizado pela predominância do espírito religioso;

2. O liberalismo econômico social dos séculos XVIII e XIX, caracterizado pelo abrandamento da influência estatal e elo desenvolvimento do capitalismo

3. O socialismo, com o advento do século XX, obrigando o capitalismo a enveredar pelo caminho do máximo desenvolvimento possível;

4. A atualidade, que se caracteriza por uma sociedade de organizações.

Nessas etapas, Etzioni visualiza uma verdadeira revolução da organização, cada uma delas revelando as características políticas e filosóficas que constituem os aspectos mais marcantes dos diversos sistemas de organização econômica. Uma analise da sucessão histórica das organizações permite estabelecer as relações de causa e efeito nos fenômenos econômicos e tirar conclusões interessantes. De um ponto de vista mais amplo, a sociedade moderna, na atualidade, envolve um contínuo crescimento e evolução das organizações, cada vez mais complexas, em formas bastante variadas e cumprindo papéis diversos. A sociedade está em contínua evolução. Novas formas sociais emergem, enquanto as antigas modificam suas formas e alteram suas funções, adquirindo novos significados, Essa evolução trás como conseqüência o aparecimento de muitas variedades de organizações, das quais as sociedade passa a depender mais intensamente. O crescimento de empresas de serviços, de associações comerciais, de instituições educacionais, de hospitais, sindicatos e etc. resultou da necessidade de integração cada vez maior das atividades humanas em formas organizacionais mais envolventes. Estas organizações não são satélites de nossa sociedade, como muitos têm chamado, mas fazem parte integrante e fundamental de uma nova espécie de sociedade que se está desenvolvendo rapidamente. Assim, o aparecimento de organizações complexas em todos os campos da atividade humana não é separado de outras mudanças sociais: elas fazem parte integrante e fundamental da sociedade moderna.
A organização moderna é mais eficiente que as organizações antigas e medievais, por duas razoes fundamentais:


1. As mudanças históricas ocorridas na própria natureza da sociedade permitiram paulatinamente um ambiente social mais compatível com as organizações;
2. As teorias da administração permitiram um desenvolvimento das técnicas de planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar, bem como um aumento do alcance e racionalismo das organizações.

A sociedade moderna, ao contrário das sociedades anteriores, atribuiu um elevado valor moral ao racionalismo, à eficiência e à competência, pois a civilização moderna depende, em grande parte, das organizações, como as formas mais racionais e eficientes que se conhecem de agrupamento social. “A organização cria um poderoso instrumento social, através da coordenação de um grande número de ações humanas. Combina o pessoal e os recursos, ao reunir líderes, especialistas, operários, máquinas e matérias primas. Ao mesmo tempo, avalia continuamente sua realização e procura ajustar-se, a fim de atingir seus objetivos.”

Idéias Centrais

I – O Homem Organizacional

Uma sociedade moderna, industrializada, é caracterizada pela existência de um numero muito grande de organizações, a ponto de se poder afirmar que o homem passa a delas defender para nascer, viver e morrer. Esse aspecto de personalidade, na qual esteja presente à flexibilidade, a resistência à frustração, a capacidade de adiar as recompensas e o desejo permanente de realização. São estas características sociais, nos quais os papeis desempenhados variam, podendo mesmo chegar à inversão, bem como os desligamentos bruscos de organização e de pessoas e os correspondentes novos relacionamentos sem grandes desgastes emocionais. A flexibilidade torna-se mais do que uma necessidade em um tipo de vida em que tudo se transforma rapidamente. A grande tolerância à frustração e a capacidade de adiar as recompensas agem como compensações à necessidade que o homem tem de se entregar a tarefas rotineiras na organização, esquecendo-se de referencias e laços pessoais. A mediação dos conflitos que inevitavelmente surgem como manifestação de um conflito maior entre necessidades organizacionais e necessidades individuais são procuradas nas normas racionais, escritas e exaustivas que pairam sobre as organizações como divindades onipotentes. O desejo permanente de realização, por seu turno garante a conformidade com tais normas, que asseguram o acesso às posições de carreira, estabelecidas em ordem crescente pela alta administração desta forma, a cooperação é conseguida em função do desejo intenso de obtenção de recompensas sociais e materiais, o qual também é responsável pela submissão do individuo ao processo muitas vezes doloroso de socialização, que lhe é imposto pela organização para o desempenho de vários de seus papéis, especialmente daqueles mais especializados. Uma observação importante, que se faz necessária, refere-se ao fato de que as organizações no exigem a presença de tais qualificações maximizadas. Sua complexidade torna úteis composições diversas de personalidade para o preenchimento de seus cargos altamente diferenciados.
À primeira vista, o homem organizacional, dotado de tais características, parece liberto da ética protestante, a a qual, segundo Max Weber, tem relação estreita com espírito de capitalismo moderno. Tal distanciamento a nosso ver aparente vem de fato que enquanto a personalidade requerida pela sociedade moderna é cooperativa, a ética protestante leva ao individualismo. Parece-nos, entretanto, que algumas das virtudes menores do protestantismo ascéticos tais como laboriosidade, a pontualidade a integridade, o conformismo, e a realização desempenham um papel de enorme relevância na determinação do comportamento do homem organizacional.
É indiscutível que um grande numero de pessoas que participam de organizações ressente-se do conformismo exigido. As forças que determinam tal conformidade não são, entretanto, tão poderosas, a ponto de impedir a explosão lenta das potencialidades criadoras do homem e o próprio desejo permanente de realização acaba por ser constituir em poderoso agente de mudança organizacional. Tal fato apenas reforça o caráter natural e, muitas vezes, dinâmico, do conflito nas organizações.


II – Os Conflitos inevitáveis

Tanto a escola de administração científica, quanto a de relações humanas provavelmente em função de seus tônus prescritivo, colocaram fora de discussão o problema do conflito. A primeira, sustentado que a harmonia de interesses era natural e segunda de tal harmonia poderia ser preservada pela administração através de uma atitude compreensiva e terapêutica, que eliminaria as condutas individuais aberrantes. Os behavioristas, sem questionar as bases dessa filosofia administrativa, foram um pouco mais longe ao admitir certo nível de conflito entre as necessidades organizacionais e as individuais, embora permanecendo na analise dos processos, mediante os quais tais conflitos poderiam ser superados pela integração das necessidades individuais às organizacionais, ao estilo do leitor de pro custo. Em ultima análise, tais modos de ver o problema relevam uma atitude profundamente moralista e conservadora, que evita conhecê-lo em todas as suas dimensões, porquanto, em suas manifestações mais violentas, o conflito pode envolver destruição de vidas e produtos culturais, além do fato de se constituir em ameaça constante à estabilidade social.
Para os estruturalistas contemporâneos da teoria das organizações, o conflito entre grupos é um processo social fundamental. É o conflito o grande elemento propulsor do desenvolvimento, embora isto nem sempre ocorra. Não são, portanto, todos os conflitos desejáveis, mais sua existência não pode ser ignorado, já que, sendo inevitáveis, eclodiram sob as mais variadas formas, algumas das quais extremamente violentas. No campo da administração pode se afirmar que o conflito entre grupos é inerente as relações de produção por quanto existindo infinitos procedimentos que visam a tornar o trabalho mais agradável, não se tem noticia de nenhum capaz de torná-lo satisfatório em termos absolutos. Preocupados em descobrir a fonte dessa insatisfação do operário moderno, alguns estruturalista contemporâneos recorres a Karl Max e Max Weber. Segundo o primeiro, a mão-de-obra da fábrica moderna esta alienada de seu trabalho e tal alienação advêm, em ultima analise, de um sistema, de propriedade que marginaliza o operário dos meios de produção. Para o ultimo a ausência de propriedade implica não só na separação do operário dos meios de produção, como também do soldado dos de combates e do cientista dos de investigação.
Além disso, como bem observou Amitai Etizioni em Organizações Modernas, há na organização tensões inevitáveis de vários tipos que podem ser reduzidas, mas não eliminados. Estas tensões sitiam-se entre necessidades organizacionais e individuais, racionalidade e irracionalidade, disciplina e liberdade, relações formais e informais, entre níveis hierárquicos e entre unidades administrativas. Merton salienta os conflitos entre burocrata e público, cujas fontes estruturais estão relacionadas com a tendência ao tratamento formal e impessoal por parte do primeiro, quando o que o segundo deseja é uma atenção especial e indivializada. Blau e Scott concentram sua analise da dinâmica organizacional entre três dilemas que consideram fundamentais nas organizações, os quais, segundo eles chamam atenção para a invitablidade do conflito e de mudanças. Os três dilemas referem-se a coordenação e comunicação, a disciplina burocrática e especialização profissional é a planejamento administrativo e iniciativa.
O dilema comunicação-coordenação explica-se pelo fato de que embora o livre fluxo dos problemas administrativos, através do alivio das ansiedades geradas pela tomada de decisões que o apoio social proporciona, da percepção e de correção de erros propiciada pela participação de pessoas diferentes e do incentivo às boas sugestões e criticas que a analise grupal oferece. Ele impede a coordenação, já que a comunicação irrestrita cria uma batalha de idéias que torna difícil o acordo. Assim os processos de livre comunicação tornam dos desempenhos dos grupos superior a dos indivíduos quando a tarefa é o encontro da solução para o problema, mas inferior quando a tarefa é de coordenação. A diferenciação hierárquica, por outro lado, pode ser altamente eficiente para promover a coordenação, mas é disfuncional para a tomada de decisões porque interfere no livre fluxo de comunicação.
O segundo dilema entre disciplina burocrática é especialização profissional também observado o Gouldner em padrões
De burocracia industrial, refere-se às oposições existentes entre os princípios que governam o comportamento burocrático e aqueles que governam o comportamento profissional. Há muito em comum entre tais series de princípios, mas há muitas diferenças. Assim, enquanto ao profissional cabe representar os interesses de seus clientes ao burocrata cabe representar os da organização; enquanto a autoridade do burocrata se baseia em um contrato legal, a do profissional baseia-se no conhecimento que existe de sua especialização técnica. Thompson deu especial destaque a esse aspecto. Afirmando, como já vimos que a característica mais assintomática da organização moderna é o equilíbrio crescente entre a capacidade e a autoridade, que no modelo burocrático baseia-se na estrutura hierárquica definida por um sistema formal. Além disso, as decisões de um burocrata devem ser governadas por uma concordância disciplinada com as diretivas dos seus superiores, enquanto as de um profissional deve sê-lo por padrões profissionais internacionalizados, e, finalmente, quando uma decisão de um burocrata não é bem aceita o julgamento final cabe a administração enquanto que no caso de um profissional, tal julgamento cabe ao grupo dos seus colegas de profissão. As dificuldades que tais diferenças impõem resultam da necessidade que tem as organizações modernas de empregar tanto profissionais quanto burocratas. Gouldner, estudando uma escola superior focalizou a diferença entre as orientações cosmopolitas dos profissionais e os locais dos burocratas.
O terceiro dilema analisado por Blau e Scott refere-se ao planejamento administrativo e à iniciativa. O avanço tecnológico no mundo moderno exige das organizações um enorme esforço criativo, que permita sua sobrevivência e crescimento. Isto quer dizer que o destino das organizações depende em grande medida da iniciativa e da criatividade individual. Entretanto, a necessidade de planejamento persiste e com ela a de controle. A maior parte dos mecanismos de controle, no entanto, inibe a iniciativa e a criatividade individual. Tal problema é analisado detalhadamente por Thompson em burocracia e inovação, no qual propõe a nova estratégia administrativa baseada no Slack – Theory. Peter Blau e Richard. Scott acreditam que tais dilemas são, na verdade, manifestações do dilema maior entre ordem e liberdade. Longe de lastimar tais oposições, porem, esses autores sustentam que são elas as responsabilidade pelo desenvolvimento das organizações. De fato, no processo de resolver problemas antigos novos problemas são criados, mas a experiência ganha na resolução não é perdida, pois contribui para busca das soluções para os novos problemas, sugerindo que o desenvolvimento organizacional é um processo essencialmente dialético.

III - Incentivos mistos

A forma pela qual foi tratado o problema dos incentivos pelas escolas de administração cientifica e de relações humanas é para os estruturalistas a conseqüência de uma visão fragmentada da realidade da organização e da natureza humana. Entendendo organização como um sistema formal, no qual o trabalhador tinha um papel absolutamente passivo e a natureza humana egocêntrica e voltada tão – somente para fins econômicos os incentivos eficientes teriam necessariamente que ser monetário e tal foi realmente a receita dada pelos teóricos da administração cientifica. Entendendo a organização como um emaranhado de grupos informais que colaboravam ou não com administração, na medida em que esta lhes oferecessem ou não status, prestigio e circunstancias favoráveis ao desenvolvimento da amizade e do companheirismo, a escola de relações humanas por sua vez, teria que superestimar os incentivos e as recompensas psicossociais. Na verdade é indiscutível a importância das compensações sociais para a dedicação do homem a organização, não sendo poucos os exemplos de pessoas que trocam empregos por outros menos rendosos, mas que lhes conferem maior prestigio. Tais exemplos são muito comuns entre juízes que poderiam ganhar muito mais em escritórios de advocacia entre professores, universitários, que poderiam também ganhar bem mais empresas e mais raros no nível do trabalhador industrial, embora também lá sejam encontrados. Não há duvida o pleno reconhecimento da importância de tais compensações é um mérito da escola de relações humanas. A grande falha dessa corrente de pensamento administrativo parece esta na condenação dos incentivos monetários.
Os estruturalistas incluíram em sua analise tanto os incentivos e recompensas psicossociais quanto os materiais, bem como as suas influencias mútuas.


O estruturalismo e a organização


Os estruturalistas vêem a organização como um sistema deliberadamente construído e em constante relação de intercambio com seu ambiente. De acordo com essa comcepção, as relações entre as partes da organização são de grande importância, o que os leva a dar um destaque todo especial às relações entre organização formal e organização informal, seja na análise de empresas, escolas, hospitais ou quaisquer outros tipos de organização, dando sempre preferência à abordagem. Comparativa.
Etzioni, nesse esforço de comparação, tomou como base o poder empregado pelos superiores para controlar os subordinados e a orientação dos subordinados com relação a esse poder. Nessa linha, pôde construir uma tipologia de organizações, na qual, se combinam um aspecto estrutural, vez que se baseia nos tipos e na distribuição de poder, e um aspecto motivacional, uma vez que se baseia nas diferenças formas de compromisso dos participantes com a organização. O primeiro tipo considerado às organizações coercitivas, entendidas como aquelas nas quais a coerção constitui o principal meio de controle dos participantes dos níveis mais baixos e um alto grau alienação caracteriza a orientação da maioria desses participantes com relação à organização. Exemplos típicos são os campos de concentração, campos de prisioneiros de guerra, a grande maioria das prisões, instituições correcionais e hospitais de custódias de doentes mentais. O segundo tipo refere-se às organizações utilitárias, isto é, aquelas em que a remuneração é o principal meio de controle dos participantes doa níveis mais baixos e o envolvimento calculista caracteriza a orientação da grande maioria desses participantes. As empresas industriais e comerciais constituem bons exemplos desse tipo de organização, embora devamos considerar que elas se aproximaram ou se distanciaram, mas do tipo, à medida que a maioria dos participantes forem funcionários de escritório, profissionais ou operários. O terceiro refere-se às organizações chamadas normativas isto é, aquelas nas quais o poder normativos é a principal fonte de controle dos participantes dos níveis mais baixos e a orientação com relação à organização é caracterizada por um alto nível de envolvimento. Nessas organizações o envolvimento está baseado na internalizarão de diretivas aceitas como legitimas. As organizações religiosas, os hospitais em geral e as universidades são exemplos típicos desse tipo de organização. Finalmente, o quarto tio se refere à organizações que constituem tipo híbridos, ou seja, às organizações duais, tais como sindicatos, unidades de combate, etc. Segundo Amitai Etzioni, esses tipos de organizações variam em sua necessidade de coesão. Assim, quando os meios de controle são predominante coercitivo, como nas prisões tradicionais, a organização precisa obter o envolvimento dos reclusos, normalmente, é capaz disso; quando os meios normativos predominam, como no caso da maioria das organizações religiosas e educacionais, a organização não pode funcionar efetivamente, a menos que o consenso seja estabelecido e o envolvimento mobilizado e, quando os meios são utilizados, tais como das fabricas , requer-se menos formação de consenso imobilização do movimento do que nas organizações normativas e mais do que nas coercitivas.
Blau e Scott tomam como base, para a construção de sua tipologia, os principais beneficiários das operações da organização. Distinguem, assim, as associações de beneficio mutuo nas quais o principal beneficiário é o quadro social; as firmas comerciais; onde os proprietários são s principais beneficiários; as organizações de serviços, nas quais o grupo de clientes é o principal beneficiado; e, finalmente organização de bem-estar publica, onde o principal beneficiado é o grande publico. Exemplos típicos de associações de beneficio mutuam são os partidos políticos, os sindicatos, os clubes, as organizações de veteranos e a seita religiosa; de firmas comerciais são as industriais, as lojas, os atacadista de várias jistas, os bancos, as companhias de segura e outras organizações lucrativa; de organizações de serviços, as agencias de serviço social, os hospitais, as escolas, as clinicas de saúde, e etc.; e de organizações para o bem estar publico, o exercito, a divisão de imposto de renda, o corpo de bombeiros, as organizações de pesquisa